quarta-feira, outubro 31, 2018

ITINERANTE – AUDIÊNCIA PÚBLICA MARCA INSTALAÇÃO DA PROMOTORIA NO COHATRAC


Ministério Público do Maranhão realizou audiência pública na noite desta terça-feira, 30, no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora de Nazaré, no Cohatrac, para instalação da Promotoria de Justiça Comunitária Itinerante no referido bairro e comunidades adjacentes. O atendimento aos moradores será feito durante 90 dias. Esta é a 31ª instalação da Promotoria Itinerante em uma comunidade de São Luís, já tendo realizado mais de 4 mil atendimentos desde 1998.
No evento, a equipe da Promotoria Itinerante ouviu as principais demandas dos cidadãos com o objetivo de buscar soluções junto ao Poder Público. Serão atendidas as comunidades do Cohatrac I, II e III e IV; Residencial Primavera, Planalto Anil I e II; Jardim das Margaridas, entre outros.

ATENDIMENTO

No início do evento, Vicente Martins explicou aos presentes a dinâmica de funcionamento da Promotoria Itinerante no período em que fica na localidade. O atendimento à população será realizado de segunda a quinta-feira, das 8 às 12h, tendo início nesta segunda-feira, 5 de novembro.
O atendimento será feito na Praça Nossa Senhora de Nazaré, em frente a Igreja de Nazaré até o mês de fevereiro.


AUDIÊNCIA PÚBLICA
Os trabalhos da audiência pública foram coordenados pelo titular da 1ª Promotoria Itinerante, Vicente de Paulo Silva Martins, e pelo promotor de justiça Raimundo Nonato Leite Filho, diretor da Secretaria de Planejamento do MPMA (Seplag), que representou o procurador-geral de justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho. O Ministério Público foi, ainda, representado pelo promotor de justiça Paulo Silvestre Avelar Silva, diretor das Promotorias de Justiça da Capital e titular da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de São Luís.
Para o titular da Promotoria Itinerante, Vicente de Paulo Silva Martins, entre os principais problemas já identificados no Cohatrac estão o disciplinamento do trânsito e ausência de praças. Para o membro do MPMA, esse é o momento de ouvir a comunidade. “É sempre uma grande expectativa para as comunidades a realização da audiência pública, porque é o momento em que eles apresentam as suas demandas, para que a Promotoria possa trabalhar junto com as lideranças, indo ao Poder Público e negociando o atendimento dessas questões. A partir dessa audiência é que nos vamos delimitar os temas que serão trabalhados”.
Ao iniciar a audiência pública, Vicente Martins apresentou um diagnóstico sobre as demandas alvos de reivindicações dos moradores.
Além dos membros do Ministério Público, estiveram presentes o deputado estadual Bira do Pindaré, representantes da Polícia Militar e Civil e representantes de secretarias municipais.
O promotor de justiça Paulo Silvestre Avelar Silva, diretor das Promotorias de Justiça da Capital e titular da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de São Luís, apontou que esse projeto tem prestado relevantes trabalhos à comunidade porque, desta forma, o MP condições de atender as demandas de forma mais célere. “É um auxílio mais rápido para que nós, membros do Ministério Público, conheçamos as demandas e possamos dar um encaminhamento mais rápido as essas reclamações que afligem a comunidade”.
A senhora Irismar Lopes, membro do Comitê da Praça Verão do Cohatrac, parabenizou a iniciativa da Promotoria Itinerante, que é de grande valia para a comunidade. “Nós estamos precisando do apoio do Ministério Público e de outros órgãos. Estamos tentando preservar as praças do bairro. Estamos carentes de muitas coisas no nosso conjunto, principalmente transporte e espaços para lazer. Precisamos de apoio”, apontou.
DEMANDAS
Moradores e representantes de comitês e associações fizeram uso da palavra. A professora da rede municipal Conceição explicou sobre as dificuldades com a falta de estrutura na escola Padre Newton Pereira. Segundo ela, as salas de aula estão lotadas, com cerca de 40 alunos cada uma, ultrapassando o limite estabelecido pela lei. Outro problema seria a falta de materiais de trabalho. “Para poder dar aulas, eu mesma tenho comprados os pincéis”.
O morador Pablo Lima parabenizou a iniciativa da Promotoria Itinerante reinvidicou melhorias para o Anexo da Escola Primavera, ao lado da escola Padre Newton. Segundo ele, o anexo tem quatro espaços muito pequenos, separados por paredes de MPF. “Nossas crianças, com cerca de 6 anos de idade, tem sofrido com o calor e a falta de espaço. Queremos salas de aulas melhores”, apontou.
Outras demandas na área da educação dizem respeito a instalação de faixa de pedestres próximos das escolas, por causa do número de acidentes na região.

O conselheiro tutelar da área Cohab – Cohatrac, Daniel Rodrigues reclamou da ausência de creches no bairro. De acordo com ele, são recorrentes os casos de abandono de incapaz, porque os pais alegam que não tem onde deixar os filhos para poder ir trabalhar.

O aposentado Ademir Serra fez uso da palavra e pediu a reorganização do trânsito nas principais avenidas do bairro. Ele denunciou, também, a falta de mobilidade e a dificuldade para ter acesso aos ônibus. “Os comerciantes estão tomando as calçadas, não temos por onde passar. E carros ficam estacionados o dia inteiro nas paradas de ônibus. É preciso ir para o meio da pista para poder subir no ônibus”, denunciou.

Ana Amélia, representante do Pacto pela Paz no bairro, reforçou o pedido à Blitz Urbana e Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) para organização de cruzamentos, faixas de pedestres no bairro, sinalização e denunciou ônibus sujos, inadequados e que não param nas paradas.
Asfaltamento, reforma e criação de praças foram outros pedidos da comunidade para a Promotoria Itinerante.
Outro problema apontado pela moradora do Jardim Araçagy, Lurdes Cavalcanti, foi a carência de escolas, segurança, asfalto no bairro e a cobrança do Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (ITPU) por parte de dois municípios: São Luís e Ribamar.

O morador Reginaldo Bordalo mencionou o abandono do Mercado do Cohatrac. “O mercado nunca foi reformado, está abandonado e o que ouvimos da atual gestão é de que não há verba para reforma”, reclamou.
A comunidade também pediu mais segurança. Segundo eles, o 20º Batalhão de Polícia Militar, instalado no bairro está sem efetivo e sem estrutura.
Dorian Azevedo, do Fórum da APA do Itapiracó pediu revitalização do calçadão da
Apa, conservação da área de preservação e mais segurança. “Temos conhecimento do uso do espaço da Apa para consumo de drogas e crimes”.
PROVIDÊNCIAS
Todas as reclamações foram ouvidas e registradas pelas autoridades presentes à audiência pública.
O delegado Dicival Gonçalves, coordenador executivo do Pacto Pela Paz e, na ocasião, representando o secretário de Estado da Segurança Pública, Jeferson Portela parabenizou a iniciativa do Ministério Público de ir até as comunidades, explicou que o Batalhão que atende a região é responsável pela segurança de 77 bairros e anunciou reforço de 30 homens para atuarem no 20º BPM e mais 4 viaturas para o bairro.
A presidente do Comitê Gestor de Limpeza Urbana, Carolina Estrela, explicou que gerenciar resíduos sólidos é hoje um grande desafio das cidades, principalmente porque o trabalho é feito unicamente com recursos próprios e colocou a disposição o telefone do Comitê de Limpeza Urbana (0800 098 1636). Ela comunicou também a assinatura da Ordem de Serviço da implantação do Ecoponto no Itapiracó. O equipamento que será implantado na área do Itapiracó, vai abranger toda a área do Cohatrac e desativar um lixão que há naquela localidade.
O deputado Bira do Pindaré esclareceu que os limites territoriais dos quatro municípios (São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e Ribamar) já foram consolidados e que o processo foi conduzido, ainda no ano passado, pela Assembleia Legislativa do Maranhão.
O promotor de justiça Paulo Avelar informou que a 1ª e a 2ª Promotorias de Justiça de Defesa da Educação, já haviam pedido, anteriormente, prioridade na instalação das faixas de pedestres próximo de escolas na região. Disse, ainda, que a demanda pela construção de creches no bairro resultou em uma Ação que já tramita na Vara de Interesse Difusos e Coletivos de São Luís, que obriga o município a construir e entregar 25 creches para a comunidade. Paulo Avelar reforçou, também, que tomará as providências em relação às denúncias feitas de superlotação nas unidades escolares.
A audiência pública foi encerrada com o discurso do promotor de justiça Raimundo Nonato Leite Filho. O membro do MPMA parabenizou a comunidade pela participação no evento. “Esse trabalho é muito importante para o fortalecimento da cidadania. Vocês não estão pedindo. Estão exigindo apenas o que é obrigação dos gestores. O Ministério Público do Maranhão está a favor do cidadão. Tenho certeza de que os resultados dessa audiência hoje serão muito produtivos”, finalizou.
Fonte: Daucyana Castro (CCOM- MPMA)

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