segunda-feira, maio 02, 2011

COMUNIDADES RURAIS DE PAÇO DO LUMIAR AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO!

As comunidades de Tendal -Mirim, Mojó e Montanha Russa, em Paço do Lumiar correm o risco de desaparecer do mapa. Os moradores dessas localidades podem perder suas casas e toda sua história em função de um pedido de reintegração de posse impetrado por Hipólito Tácito Caldas na Promotoria de Justiça de Paço do Lumiar desde Fevereiro deste ano.

As entidades da sociedade civil da região estão se mobilizando para evitar que o pedido de reintegração de posse expedido pela Juíza Teresa Cristina P. Carvalho da 1ª Vara de Justiça da Comarca de Paço do Lumiar seja efetivado.

Segundo Ana Lucia Furtado, representante da Associação dos Produtores Hortifrutigranjeiros de Tendal- Mirim, a princípio o processo tratava só da região do Tendal, entretanto o Sr Hipólito Caldas reivindica hoje a posse de 94 mil hectares,o que compreende desde a comunidade Tendal Mirim até o Porto de Mojó.”Existem moradores na região há mais de 50 anos e o que o Sr Hipólito alega no processo é que a área foi ocupada em Março de 2010”, afirma D. Ana Lucia.

Representando os interesses da comunidade, a Associação de Produtores Hortifrutigranjeiros de Tendal Mirim buscou a Defensoria Pública do Estado, através da Promotoria Social da Moradia, que já está no caso e o apoio das entidades da região como o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Paço do Lumiar, Comissão Pastoral da Terra (CPT), ITERMA e ONG Arte Mojó, que prometem resistir a esse ato arbritário que ameaça expulsar mais de 2 mil famílias de suas casas, construídas ao longo de suas vidas.

“Pretende-se levar a questão ao conhecimento da Governadora do Estado a fim de reverter este processo que poderá extinguir uma comunidade genuinamente agrícola que tem garantido sua sobrevivência através da produção de hortaliças e criação de pequenos animais, através da agricultura familiar, fazendo frente aos desafios constantes pela ausência total de políticas publicas que desenvolvam a localidade e que garantam sua vocação e suas necessidades primárias, como acesso à educação, saúde, saneamento básico e infra estrutura”.Declara Graça Soares, membro fundadora da ONG Arte-Mojó e ativista ambientalista.

As organizações de classe e moradores das comunidades ameaçadas estão envolvidas em ampliar sua mobilização no Município e sensibilizar a sociedade em geral para fatos que ferem os direitos humanos e ameaçam deixar mais de 2 mil famílias sem moradia e sem terra para o cultivo de suas produções que mantém a sobrevivência de suas famílias.

Fonte: Ana Lúcia Furtado da Silva, presidente da Associação de Produtores Hortifrutigranjeiros de Tendal Mirim

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