“Preço, durabilidade e marca são os atributos mais
considerados. Questões sustentáveis ainda são deixadas de lado”. Esta é uma das
conclusões da pesquisa sobre hábitos de consumo e descarte divulgada
na semana passada pelo Programa Água Brasil, da Fundação Banco do Brasil,
WWF Brasil e Agência Nacional de Águas (ANA), durante a ExpoCatadores 2012.
O estudo foi encomendado ao IBOPE, que realizou 2 mil entrevistas
no ano de 2011 – a maior parte com pessoas da classe C (52%) e moradores de
cidades com mais de 100 mil habitantes (54%).
O preço e a forma de pagamento são decisivos na hora das
compras para 70% dos entrevistados. Um terço, porém, não considera se a
embalagem é reciclável. Aspectos sociais ligados atrabalho infantil
e escravo também não são pontos importantes para 38%.
O
estudo também traçou tendências de consumo de alguns produtos para os próximos
três anos. Sacolas plásticas e copos descartáveis estão no
topo da lista dos que devem ser menos consumidos. Já a água engarrafada segue
em sentido oposto e está sendo mais consumida por 31% dos entrevistados (saiba mais no post sobre os
problemas da água engarrafada). Produtos de limpeza perfumados,
que prejudicam a qualidade da água, também estão em curva ascendente.
Entre os materiais mais conhecidos como prejudiciais ao meio ambiente
estão as pilhas e baterias, citadas por 65% dos entrevistados. Em
segundo lugar, aparecem as lâmpadas fluorescentes (38%). Remédios (veja post sobre descarte de
medicamentos) foram citados por apenas 22% e 4% não
considera qualquer material perigoso. Entre os materiais que mais são
separados para coleta nas casas brasileiras aparecem as latas, no topo com 75%,
seguidas dos plásticos, que representam 68%.
A esmagadora maioria das pessoas, 84%, nunca ouviu falar da Política
Nacional de Resíduos e uma em cada três pessoas não faz ideia para
onde vai o lixo produzido em casa. Em contrapartida, o conhecimento
sobre coleta seletiva é considerado alto – 71% das pessoas sabe o que
significa. A maior parte das residências, porém, não conta com o sistema
(64%).
Uma parcela significativa dos entrevistados que não têm o serviço de
coleta (85%) estariam dispostos a separar material. O ponto negativo é
que quase 10% das residências que contam com coleta seletiva ainda não
separam nenhum material.
Fonte:
Lydia Cintra
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