O rompimento das duas barragens de rejeitos de
minério da mineradora Samarco, controlada pela VALE e pela BHP, em Mariana (MG)
colocou o Rio Doce e todo ecossistema próximo a ele em estado de alerta, com o
rio condenado, especialistas destacam os prejuízos do desastre e torcem para
que as chuvas diminuam o sofrimento na região.
Os
resíduos de materiais pesados, como manganês, alumínio e arsênio, tornam a água
não só imprópria para o consumo, como contaminam toda a vegetação, o solo e as
espécies que se alimentam do que é produzido na área.
Coordenador
do Laboratório de Gestão Ambiental de Reservatórios do Departamento de Biologia
da Universidade Federal de Minas Gerais, Ricardo Coelho conta: "Temos
um quadro grave,
mas creio que passageiro. A qualidade da água vai depender da chuva. Como
estamos no período chuvoso, acredito que em alguns dias, a situação vá melhorar
e os índices de contaminação voltarão a valores aceitáveis, permitindo o tratamento
dessa água pelas municipalidades envolvidas."
Coelho
ressalta que será preciso um estudo que levará cerca de três a quatro anos para
mensurar a exata contaminação da água.
“É
comum que tenha materiais pesados, óleos graxos, com forte efeito na vegetação.
Também será preciso reconstruir toda a mata ciliar que foi perdida”,
acrescentou.
De acordo com o especialista em Gestão Ambiental Márcio Santos, ainda é
cedo para avaliar os impactos ambientais do desastre. "A
lama corre a vegetação, o solo e se solidifica. Essa capa vai esterilizar toda
área por onde a lama se depositou. Os órgãos ambientais só agora que estão
preocupados em estudar as características dessa lama para saber o nível de
toxicidade dos elementos. Toda a cadeia biológica está contaminada.”
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