O ACORDO
DE PARIS foi
aprovado por mais de 190 países do mundo, tornando-se o tratado mais importante
sobre mudança climática já assinado. Foram 20 anos de intensas maratonas
de negociações, incluindo as duas últimas semanas em Paris, que terminaram
neste sábado, com a aprovação do documento que promete catapultar o fim da era dos
combustíveis fósseis.
Veja os
principais pontos do acordo de Paris abaixo:
1.
META DE LIMITAR O AQUECIMENTO GLOBAL A 2°C OU SE POSSÍVEL A 1,5°C.
O acordo visa limitar
o aumento das temperaturas médias globais para "bem abaixo de 2°C acima
dos níveis pré-industriais", a fim de evitar os piores efeitos do
aquecimento global.
2.
COMEÇA A VALER EM 2020.
Os países
comprometem-se a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa a partir de
2020. Ao todo, foram apresentados 158 planos das chamadas INDCs - compromissos
voluntários definidos individualmente por quase todos os países, contemplando
90% das emissões mundiais de gases efeito estufa.
3.
UM APELO PARA REVER AS CONTRIBUIÇÕES NACIONAIS EM 2018.
O acordo de
Paris também inclui um pedido para que os países revejam seus planos climáticos
nacionais em 2018, antes do acordo vinculativo entrar em vigência pós-2020. A
razão para tal pedido é o fato de que a soma dos cortes de emissões prometidos
até agora ainda deixam o mundo no caminho de aquecimento de 3°C. Ou seja, as
boas intenções existem, mas faltam compromissos reais e concretos.
4. US$ 100 BILHÕES POR ANO PARA PROJETOS DE ADAPTAÇÃO E DE MITIGAÇÃO.
4. US$ 100 BILHÕES POR ANO PARA PROJETOS DE ADAPTAÇÃO E DE MITIGAÇÃO.
Um mecanismo de
perdas e danos - para lidar com os prejuízos financeiros que os países
vulneráveis sofrem com os fenômenos extremos, como cheias, tempestades e
temperaturas recordes - também foi contemplado no documento histórico. As
nações ricas se comprometem a fornecer financiamento para os mais pobres,
mobilizando US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020.
5.
REVISÃO A CADA CINCO ANOS
O acordo prevê,
ainda, o compromisso de acompanhamento e revisão a cada cinco anos de como os
países estão aplicando seus planos climáticos, com o primeiro encontro marcado
para 2023. A ideia é que os países possam se comprometer com cortes mais
intensos de emissões.
O texto estabelece, ainda, planos para um quadro de transparência comum para ver se os países estão realmente realizando suas promessas.
As partes terão que divulgar um inventário de emissões e informações para acompanhar o seu progresso em atingir os objetivos nacionais, enquanto os países desenvolvidos deverão, além disso, dar informações sobre o financiamento que estão fornecendo ou "mobilizando" aos mais vulneráveis.
O texto estabelece, ainda, planos para um quadro de transparência comum para ver se os países estão realmente realizando suas promessas.
As partes terão que divulgar um inventário de emissões e informações para acompanhar o seu progresso em atingir os objetivos nacionais, enquanto os países desenvolvidos deverão, além disso, dar informações sobre o financiamento que estão fornecendo ou "mobilizando" aos mais vulneráveis.
Todas essas
informações serão objeto de "avaliação de peritos técnicos" para
verificar o progresso e destacar as áreas onde serão necessárias melhorias.
6.
FORTE SINAL PARA O SETOR PRIVADO
Por meio de um
comunicado oficial, a Casa Branca elogiou o acordo, dizendo que ele envia um
forte sinal para o setor privado de que os combustíveis fósseis estão perdendo
a vez. Os Estados Unidos são um dos maiores emissores de gases efeito estufa no
mundo hoje, ao lado da China.
Alguns
trechos do acordo:
"Este novo
acordo global estabelece as bases para que os países trabalhem juntos para
colocar o mundo em uma rota de aumento de temperatura bem abaixo de 2 graus
Celsius e estabelece uma visão ambiciosa para ir ainda mais longe do que isso.
Ele envia um forte sinal ao setor privado de que a economia global está se
movendo para as energias limpas, e que através da inovação e criatividade,
podemos alcançar os nossos objetivos climáticos, criando novos postos de
trabalho, elevando os padrões de vida e tirando milhões de pessoas da
pobreza."
Para a China, o
acordo também é um indicativo forte e positivo de que o mundo está se movendo
para uma economia de baixo carbono. Segundo o país, o acordo é justo,
equitativo, abrangente e balanceado e, apesar de não ser perfeito ("há
algumas áreas que precisam de melhoramentos"), ele ainda é histórico.
Em um
comunicado, o presidente do grupo dos Países Menos Desenvolvidos, Giza Gaspar,
disse:
"Estamos
vivendo em tempos sem precedentes, que exigem medidas sem precedentes. Nada do
que se passou antes se compara a este histórico, juridicamente vinculativo
acordo sobre o clima. A presidência da COP e todas as partes trabalharam
arduamente para entregar este acordo que vai mover o mundo para uma meta de 1,5
graus, com o objetivo de não deixar ninguém para trás. É o melhor resultado que
poderíamos ter esperado, não apenas para os Países Menos Desenvolvidos, mas
para todos os cidadãos do mundo. "
Na sequência da adoção do novo acordo de Paris, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que os representantes dos governos fizeram história neste sábado.
Na sequência da adoção do novo acordo de Paris, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que os representantes dos governos fizeram história neste sábado.
"O Acordo
de Paris é um triunfo monumental para as pessoas e o nosso planeta", disse
Ban em um tuite. "Ele prepara o terreno para o progresso na erradicação da
pobreza, o fortalecimento da paz e a garantia de uma vida de dignidade e
oportunidade para todos", acrescentou.
Fonte: OC
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