A esclerose lateral amiotrófica, conhecida pela
sigla ELA, ficou bem conhecida em 2014, graças ao desafio do gelo. Tá lembrado?
Vários famosos (e anônimos) tomaram banhos gelados e postaram os vídeos nas
redes sociais. A brincadeira, com uma intenção bem séria, arrecadou mais de US$
100 milhões para pesquisas. E essas pesquisas estão dando resultados.
Um grupo de cientistas da Universidade da Carolina
do Norte descobriu a causa da ELA, que provoca a morte dos neurônios motores
(as células nervosas responsáveis por todos os movimentos do corpo) - e que tem
definhado Stephen Hawking nas últimas décadas. Até Agora, a doença não tem cura
nem tratamento.
Os pesquisadores estudaram casos da
ELA ligados a mutações numa proteína chamada SOD1 e perceberam que a SOD1
cria um aglomerado temporário de três moléculas - chamado de trímero. Esse trímero é muito tóxico para os neurônios
motores, o que leva à morte dessas células.
Agora, o próximo passo é
descobrir um remédio que impeça a formação dos aglomerados. A expectativa é que
essa droga comece a ser testada daqui a dois anos. Mas ainda tem muito chão
pela frente: os testes podem levar até cinco anos para serem realizados.
A descoberta também pode abrir
caminho para o tratamento de outras doenças neurodegenerativas, como o
Parkinson e o Alzheimer.
ENTENDA O QUE É A DOENÇA
Também chamada de "doença de
Lou Gehrig", a esclerose lateral amiotrófica destrói gradualmente células
do cérebro e da medula espinhal que controlam os músculos. Com o tempo, o
cérebro vai perdendo a capacidade de controlar os movimentos, até levar à
paralisia. Trata-se de uma condição progressiva que, por enquanto, não tem
cura.
O diagnóstico não é sinônimo de derrota. Stephen
Hawking recebeu a notícia de que sofria com a ELA aos 21 anos. Cinco décadas
depois, ele ainda é um dos físicos mais importantes do mundo. Depois da ELA,
Hawking completou seu doutorado em cosmologia e se tornou professor na
prestigiada Cátedra Lucasiana em Cambridge, que pertenceu a Isaac Newton. Mas o
cientista é uma exceção. Com a deterioração do cérebro, a expectativa de vida é
de três anos.
Fonte: Thaís Zimmer Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário