terça-feira, fevereiro 23, 2016

AÇÃO CIDADÃ: CINE FOCCO FORQUILHA

 A edição do Cine FOCCO do dia 21/02/16, realizada no Condomínio Manacás na Forquilha, contou com a presença de moradores do local e do Complexo Cohab/Cohatrac. O Filme Lixo Extraordinário suscitou nos presentes diversos sentimentos, visto as inúmeras temáticas levantadas serem pertinentes à realidade local. Através da sétima arte foi documentado pelo artista plástico brasileiro de renome internacional Vik Muniz e sua equipe de produção, o cotidiano dos catadores de lixo do maior aterro da América Latina. Localizado na periferia do Rio de Janeiro, o Aterro Jardim Gramacho é o plano de fundo para a reviravolta nas vidas dos catadores que são retratados pelo artista.

Ao final do filme a mediadora Mônica Tôrres, informou que após 34 anos de funcionamento o aterro encerrou suas atividades em junho de 2012. Tendo esse fechamento sido uma consequência da instituição da Lei 12.305 de 2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Fazendo alusão à realidade local, falou do encerramento do Aterro da Ribeira em julho de 2015, que assim como no Jardim Gramacho, não se enquadrava aos parâmetros da lei citada. Todos os resíduos coletados em São Luís, atualmente são destinados ao Centro de Triagem no Município de Rosário. Foram apreendidas do filme diversas temáticas para debate. Dentre elas: Meio ambiente no contexto socieconômico; Relação Capital x Trabalho; Empoderamento Social; A arte como mediadora da transformação da realidade social; Qual o papel sociológico do filme?; Qual o papel do Poder Público na visão do filme?; entre outras.

No debate foi suscitado que assim como em Jardim Gramacho o poder se fez ausente, acontece também na realidade do Condomínio Maracás onde o único serviço básico existente é o de coleta de resíduos. No debate alguns já conseguiram vislumbrar o Manacás com uma coleta seletiva integrada entre os blocos de apartamento.
Também foi pontuada a beleza da arte como poder transformador da realidade social, sendo ressaltado que os catadores não entendiam a arte por falta de conhecimento, mas assim que a desvendaram, passaram a entender sua grandeza trazendo a tona em suas mentes o desejo de deixar a vida de catador. Passaram a se ver como verdadeiras obras de artes, se enxergando como participantes de algo maior, que vai além do lixão, lugar que não queriam mais voltar.

O empoderamento social foi suscitado como meio chave para mudança da realidade social que se está inserido, visto que ele é o despertar do indivíduo para uma consciência coletiva. Foi dado como exemplo o FOCCO - Fórum Comunitário do Complexo Cohab/Cohatrac, que reuni indivíduos com anseios que perpassam a plano individual. O empoderamento social como meio de superar a dependência social e dominação política, transformando o cidadão como sujeito ativo do seu destino e consequentemente do meio em que está inserido.

Ao fim das temáticas levantadas houve o sorteio de dois prêmios e um coffee break para os presentes.

Mônica Torres – técnica ambiental e estudante de direito.

Fonte: Mestra Dorian

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