A professora Jucélia Almeida (foto ao lado), 45 anos da
cidade de Aracaju estado de Sergipe cometeu suicídio, ela foi encontrada morta
em seu apartamento no domingo (03/07). Antes de tirar a própria vida, ela
deixou uma carta relatando os problemas que enfrentou durante um ano.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Sergipe (SINTESE)
divulgou uma carta aberta em que detalha toda a trajetória e o sofrimento de
Jucélia até chegar ao ponto de tirar a vida.
LEIA ABAIXO.
A triste história da professora Jucélia
tem início quando a retiram da coordenação de Escola Estadual José Rollemberg
Leite. Como professora licenciada de história, Jucélia volta para a sala de
aula, no Centro de Estudos Supletivos Professor Severino Uchôa, e logo de cara
tem um direito negado. Mesmo estando em atividade efetiva de sala de aula, a
professora Jucélia Almeida não recebe a gratificação por regência. Então sua
peregrinação e calvário em busca de seus direitos começam.
Idas a Diretoria de Educação de
Aracaju, e a Secretaria de Estado de Educação para tentar solucionar o problema
tornaram-se rotineiras, mas nada era resolvido. O sentimento de impotência
somado a queda de sua remuneração fizeram com que Jucélia Almeida desenvolvesse
depressão e doenças cardiovasculares.
Com as doenças, a professora Jucélia
Almeida precisava de tratamento, ia ao médico e levava o atestado para o seu
local de trabalho, o Centro de Estudos Supletivos Professor Severino Uchôa. No
entanto, a diretora da unidade de ensino, Jeane Carla Góes, ignorava os
atestados médicos da professora e cortava seu dia de trabalho, mesmo Jucélia
estando respaldada pelo atestado de um médico especialista.
A Perícia Médica do Estado se recusava
a conceder licença à professora Jucélia Almeida, mesmo ela tendo laudos médicos
que comprovavam o seu debilitado estado de saúde física e mental. A licença só
foi conseguida após a professora Jucélia e sua irmã, Gilzete Almeida,
procurarem o SINTESE para denunciar a situação. Após a intervenção do SINTESE a
professora Jucélia conseguiu ficar de licença por 60 dias. E é neste momento
que a parte mais absurda da história acontece.
Mesmo estando assegurada pela licença
média, a professora Jucélia ficou sem receber salário durante os 60 dias que
esteve afastada. Ou seja, dois meses sem que um real entrasse em sua conta. Por
diversas vezes peregrinou entre a DEA e a Secretaria de Estado da Educação, mas
tudo que recebeu foi o descaso e o destrato daqueles que deveriam assegurar
seus direitos.
Com o fim da licença médica, em junho
deste ano, a professora Jucélia retorna a sala de aula. Com o findar do mês ela
esperava que seu salário fosse normalmente depositado em sua conta, mas não foi
isso que ocorreu. Mas uma vez a professora não recebeu seu salário, acumulando
assim três meses sem salário. Durante este período a professora foi sustentada
com a ajuda da família.
Cansada e humilhada, a professora
Júcélia Almeida, mais uma vez foi até a SEED e novamente escutou a mesma
desculpa, de que por questões técnicas seu salário não havia saído. Três meses
ouvindo a mesma ladainha. Júcelia não aguentou, gritou, esbravejou e disse em
alto e bom som para que todos da SEED pudessem ouvir que ela iria se matar.
Em um ato desesperado, sem perspectivas, a professora
Jucélia Almeida, cumpriu o que havia dito. Na sexta-feira, 1, ela tirou sua
vida.
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