Parece que o Supremo
Tribunal Federal promoverá um ajuste para deixar as futuras delações premiadas
em sigilo por mais tempo. Muito bem. Mas e daí?
O problema
não é a extensão do sigilo das delações. Mas a cultura do vazamento - que,
vê-se, veio para ficar. A indústria do vazamento, essa em decorrência da qual
sigilo nenhum - estendido ou não por lei - se sustenta. É sob esse sistema -
que dilapida a segurança jurídica - que vivemos hoje no Brasil.
Para dar mais
gravidade ao que já é escandalosamente grave, podemos chamar essa zona franca
do vazamento de seletiva. Vaza-se, a conta-gotas, para fazer sangrar fulano. Há
foco. E existe agora até o pré-vazamento, uma espécie de prévia, como se fosse
um trailer no cinema, por meio do qual se anuncia o que será vazado amanhã.
Nesse processo, em
que a presunção de inocência foi ignorada, temos pessoas já condenadas, contra
os quais, porém, as investigações ainda não levaram a uma denúncia formal
sequer.
Parabéns aos
justiceiros.
Fonte: Carlos Andreazza
Fonte: Carlos Andreazza
Nenhum comentário:
Postar um comentário