Energia sobrando, uma ferrovia nova e um
complexo portuário estratégico perto das minas bauxita e dos principais
mercados do mundo. Tudo isso aliado ainda a um estado generoso disposto a
conceder incentivos fiscais a perder de vista. Assim foi o começo da ALUMAR no
Maranhão. Mas tudo mudou em 2015, quando a empresa anunciou o fim das operações
de fundição em São Luís.
As alegações para o fim das atividades
foram à crise mundial e o aumento nos custos de produção. Sobretudo da energia.
O consumo era tão alto, que no pico de produção, o consumo chegou a ser três
vezes maior que todo o consumo do Maranhão.
Quando operava, os navios eram cheios de
lingotes de alumínio com teor acima de 99%, um dos metais mais puros do mundo.
Em troca, a ALUMAR prometeu bons salários e investimento nos maranhenses.
Doutor Antônio Carlos Leal, do
Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), há 40
anos conduz uma série de pesquisas nas comunidades do entorno do Distrito
Industrial de São Luís. Um desses trabalhos, ‘Impactos socioambientais nas
comunidades rurais do entorno do Distrito Industrial da Ilha de São Luís’, foi
publico com destaque no Canadá. O levantamento científico teve a participação
também da mestre em sustentabilidade Tatiana Cristina.
Os estudos mostram que 30 anos após as
instalações das primeiras indústrias na região oeste da Ilha de São Luís o
rendimento familiar (soma de todos os rendimentos dos moradores de uma casa) é
abaixo de um salário mínimo (R$ 937), e 15% das famílias dependem de carros-pipa,
poço ou cacimba para ter água em casa. E mais de 85% dos moradores apontaram
algum tipo de impacto ambiental na região e responsabilizam as indústrias por
conta dessa mudança no meio ambiente.
Em 26 anos, 4.432 ha de paisagem natural
sumiram. O manguezal desapareceu em 1.437 há. Uma parte desse manguezal foi
cortada para a instalação do porto da ALUMAR.
Fonte: G1MA
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