A comunidade
Santa Marta é hoje um ponto turístico do Rio de Janeiro. O Mirante do Pedrão
oferece uma das melhores vistas da cidade, e a Laje Michael Jackson abriga uma
estátua em homenagem ao Rei do Pop, que gravou lá parte do clipe They
Don’t Care About Us em 1996. Esses são apenas alguns dos
atrativos da comunidade, que já recebeu gente do calibre de Madonna e Hugh
Jackman.
Graças à sua localização privilegiada,
que não passa despercebida pelos visitantes em busca daquela selfie com
o litoral carioca ao fundo, a comunidade tem outra característica especial: não
importa a estação do ano, ela é iluminada pelo sol todos os dias.
Um empreendedor carioca viu nesse
verão eterno uma oportunidade: utilizar painéis solares para oferecer energia
limpa e sustentável para os moradores da comunidade. Entre a infraestrutura
pouco confiável da rede elétrica tradicional e os preços muitas vezes
impeditivos de uma conta de luz, comunidades de baixa renda costumam ser as
mais afetadas pela vulnerabilidade das fontes de energia. O objetivo da
INSOLAR, startup criada por Henrique Drumond e seu sócio, Michel Baitelli, é
oferecer uma alternativa para os moradores, por meio da democratização do
acesso à energia solar.
Gerar a própria energia elétrica não é
um negócio de outro mundo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
estabelece que, “havendo condições técnicas favoráveis, qualquer consumidor de
energia no Brasil pode gerar energia para consumo próprio”. Além de não
depender de uma distribuidora de eletricidade, o Sistema de Compensação de
Energia ainda permite que o produtor individual “venda” a energia que não for
utilizada para a distribuidora em troca de créditos a serem abatidos na conta
de luz.
Mas como criar
“as condições técnicas favoráveis” das quais fala a resolução da Aneel? É aí
que entra a Insolar. A empresa instala sistemas fotovoltaicos, as famosas
placas de energia solar, para corporações de todo o país. Parte dos lucros
dessas operações é revertida para um fundo destinado ao subsídio da instalação
dessas mesmas placas solares em casas, associações e pequenos negócios
localizados em comunidades de baixa renda. O pequeno impacto ambiental, a
possibilidade de instalação em pequenos espaços e a rapidez de implantação são
algumas das vantagens do sistema fotovoltaico.
Graças à parceria com a
Shell, a instalação dos primeiros painéis começou em 2015. Uma creche foi a
primeira beneficiada pela iniciativa que, em três anos, expandiu sua atuação para
impactar muitos outros aspectos da comunidade.
Fonte: Superinteressante