A Empresa BOMAR, situada no estado do Ceará,
voltado para o cultivo do camarão, não foi bem recebida em audiência pública da
Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia
Legislativa, a maioria dos participantes manifestou ser contra a implantação de
um projeto de carcinicultura nos campos alagados do município de Santa Rita. Do
debate participaram vereadores, secretários municipais e estaduais,
representantes do Ministério Público Estadual e da sociedade civil.
A promotora de Justiça Karine Guará Bruzaca
destacou a importância do Ministério Público na audiência. “Essa é uma questão
que está nos preocupando muito. O que depender do Ministério Público será
feito. Já oficiamos diversos órgãos e estamos nos cercando de toda legalidade
para garantir que tudo seja feito de forma adequada”, afirmou ela.
Para o vereador Fredilson
Carvalho (presidente da Câmara de vereadores de Santa Rita), explicou sobre a
sua preocupação “Eu não poderia deixar de expressar minha preocupação, pois as
pessoas serão prejudicadas com a implantação dessa empresa. Sei das
consequências que isto trará para o povo de Santa Rita e região, pois os campos
naturais são de suma importância para as famílias, que dependem deles para
retirar seu sustento. Como filho de Santa Rita, eu e os vereadores não podemos
permitir que a empresa se instale aqui, sem um estudo de impacto ambiental, sem
prejuízos para as famílias”.
Os diretores da
Bomar garantiram ainda que a empresa vai qualificar os moradores da cidade para
trabalhar no projeto. “A nossa intensão é ter uma relação harmoniosa com toda a
comunidade de Santa Rita. Nossa empresa é idônea e cumprirá todas as normas
ambientais, pois isso aqui é o futuro do Maranhão na aquicultura. A Bomar vai
trazer futuro para o Maranhão, pois 98% da mão-de- obra será daqui. Vamos
qualifica-los para trabalhar na nossa empresa. As portas estão abertas para
esclarecer todas as dúvidas. Não temos nada para esconder. Os documentos são
claros”, acentuou Gentil Linhares, diretor-presidente da empresa.
Posição contrária – A maioria dos
participantes afirmou ser contrária à implantação do camaroeiro na região,
porque desempregará famílias de mais de 40 povoados que dependem da pesca e da
criação de animais para suas sobrevivências. Também afirmaram que, além de não
terem sido comunicados previamente sobre o projeto, se a Bomar for instalada
nos campos naturais, isto prejudicará, além de Santa Rita, as cidades de
Bacabeira, Itapecuru-Mirim e Anajatuba, que também tiram do campo o alimento e
fonte de renda para o sustento de suas famílias.
“A gente vive
bem, pois moramos e nascemos aqui, criando os nossos animais para sobreviver.
Até hoje, ninguém da empresa nos procurou para conversar. Por isso, tememos com
a chegada dessa empresa. Se tapar os igarapés, é o mesmo que nos colocar na
rua, porque não temos do que sobreviver. A água represada vai tomar conta de
tudo. Essa reunião é importante porque queremos que as autoridades tomem
providências, pois não podemos ficar sem os nossos animais. Essa é nossa fonte
de renda”, afirmou o criador de peixe José de Ribamar Tores, que mora no
povoado Mata dos Pires há mais de 60 anos.
O agente comunitário de Saúde, Carlos Alberto de Souza, morador do
povoado Infesado, também disse que a população será prejudicada. “Todo mundo
será prejudicado. Além disso, o camarão será vendido para outros países. A
empresa não dará emprego e nem renda para os pais de família que dependem da
pesca e da criação de animais para sobreviver. Então, se éuma empresa que não
vai trazer benefícios para o nosso povo, não pode ser instalada aqui”.
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