Pesquisadores da Coreia do Sul acabam de descobrir que larvas do besouro Plesiophthalmus davidis (da ordem Coleoptera) são capazes de degradar o poliestireno. A evidência abre caminhos para a possibilidade de outros insetos se alimentarem deste tipo de plástico de difícil decomposição.
O primeiro autor do artigo, Seongwook Woo, estudante de doutorado, é um apaixonado por insetos desde a infância. Tanto que seu desejo é tornar o mundo um lugar melhor por meio deles. Parece que ele está no caminho certo ao propor uma alternativa ao plástico, que é um dos maiores problemas do século. Levam centenas de anos para se decompor naturalmente, tem números de reciclagem ínfimos e até na Fossa das Marianas – o ponto mais profundo dos oceanos – o plástico já foi encontrado.
BESOURO
QUE COME PLÁSTICO
Após a sobrevivência da larva do besouro Plesiophthalmus davidis, que durante 14 dias alimentou-se apenas de “isopor”. O que Woo descobriu, junto a uma equipe de cientistas, foi que esta espécie, encontrada no leste da Ásia, pode consumir poliestireno e reduzir sua massa e peso molecular.
A flora intestinal isolada pode ainda oxidar e alterar as propriedades da superfície do filme de poliestireno.
A pesquisa também
apontou que a flora intestinal dessas larvas consiste em um grupo muito simples
de espécies bacterianas, o que difere da flora intestinal de outros insetos
degradadores de poliestireno convencionais. O estudo, de acordo com os
cientistas, apresenta a possibilidade de que o poliestireno possa ser
decomposto por outros insetos que se alimentam de madeira podre.
ISOPOR É
RECICLÁVEL?
O poliestireno até é reciclável, mas o processo não é muito viável. Tanto que muitas cidades têm incluindo o material no rol dos plásticos descartáveis a serem proibidos. Suas variações em EPS e EPS Expansível (mais conhecidos como isopor – que é o nome comercial) são largamente utilizados como embalagens em restaurantes, supermercados, hospitais e serviços de entrega de comida.
Ainda que comecemos a substituí-los, como muitos já estão fazendo, precisamos de novas soluções para decompor tudo o que já foi produzido. Por isso, há muitas razões para comemorar a descoberta da equipe de pesquisadores formada por Woo, junto ao professor Hyung Joon Cha, do Departamento de Engenharia Química da POSTECH (Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang) e com o professor Intek Song da Universidade Nacional de Andong. Ambas na Coréia do Sul.
“Descobrimos uma nova espécie de inseto que vive no leste da Ásia que pode biodegradar o plástico através da flora intestinal de suas larvas. Se usarmos a cepa bacteriana de degradação plástica isolada neste estudo e replicarmos a composição floral simples do Plesiophthalmus davidis, há a chance de biodegradarmos completamente o poliestireno, que tem sido difícil de decompor completamente, contribuindo assim para resolver o problema do lixo plástico que enfrentamos”, entusiasma-se o professor Hyung Joon Cha.
O estudo foi publicado na revista científica Applied and Environmental Microbiology.
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